domingo, 15 de março de 2009

EDUCAÇÃO 2009!

Desejo iniciar este ano de 2009 publicando o pensamento que segue...

"A EDUCAÇÃO É AQUILO QUE PERMANECE DEPOIS DE ESQUECERMOS TUDO O QUE NOS FOI ENSINADO."
(HALIFAX)

A partir do momento que li o pensamento citado acima mergulhei na história prática em relação à Educação que tenho tanto como professora, psicopedagoga (olhar clínico e institucional) e agora tendo experiência atuar como tutora das alunas do curso ( Pedagogia em EAD), vejo que independente de idade, nível social, instituições ou dificuldades próprias cada um ao seu modo particular somente reserva em seu íntimo o que lhe é de fato vivenciado. É de suma importância que em locais que possamos motivar e por em prática a Educação o façamos com prazer.
Amar para poder ensinar e aprender a desaprender, para incorporarmos novos conceitos e novas aprendizagens.
Segundo o filósofo grego Epíteto, é impossível para um homem aprender aquilo que ele acha que já sabe.

quinta-feira, 20 de março de 2008

Páscoa!


A verdadeira magia está dentro de nós...

Em nossos corações... que nessa Páscoa nos lembremos disso.

Feliz Páscoa!

sexta-feira, 14 de março de 2008

A " Memória" como ferramenta para a Aprendizagem.

A "MEMÓRIA" COMO FERRAMENTA PARA A APRENDIZAGEM

Resumo: Este artigo tem o objetivo de apresentar uma técnica terapêutica para os distúrbios da aprendizagem através dos conceitos psicológicos de MEMÓRIA, TEMPO e ESPAÇO.

O Homem é, antes de tudo, um agente da História. Ele necessita da conscientização de sua origem, tomando contato com seu passado e dos demais membros do grupo em que vive.

Esta forma de identidade fortifica a aceitação de si próprio e é fundamental para o desenvolvimento da auto- estima, estruturando as característica egóicas e promovendo a aprendizagem.

Introdução:

A pergunta está no ar:

Afinal, o que é SER humano?

A resposta a ser dada talvez seja a mais difícil tarefa da História da Humanidade, porém é a dúvida que vem perseguindo o Homem há milhares de anos e ainda se manifesta no inconsciente coletivo.

Antes de mais nada, acredito que haja questões mais amplas que remontem o aspecto primitivo do Homem: a consciência de pertencer a um grupo e ser protegido por ele. A este grupo podemos chamar de tribo, família, clã etc., sendo fundamental que nos identifiquemos com ele, sintamos algo que nos "ligue" às características que o compõe.

O que quero dizer é que o SER humano está intimamente relacionado à suas origens. É através deste "fio condutor" que um ego saudável pode se desenvolver, isto é, através da MEMÓRIA.

Isto parece não ser novidade, pois os canais de TV a cabo (Discovery atc) estão constantemente apresentando programas com tais temas, mas a importância disto é muito maior do que se imagina.

O pertencimento e, portanto a aceitação do indivíduo no grupo faz toda a diferença; ele se sente como agente da História e da sua própria vida.

É através do contato com o seu passado que ocorre a conscientização de seu papel no mundo.

Atividades Práticas:

A seguir, apresento alguns dos recursos que podem ser utilizados conforme a idade da criança:

· Fotografias

São mostradas a criança a partir de quatro ou cinco anos fotos de sua infância que a relacionem com os membros da família nuclear, isto é, pai, mãe, irmãos ou outros parentes que façam parte do seu cotidiano em família. Se estiver registrada a imagem de um membro que foi perdido de alguma forma, não se deve esconder e sim contar a causa de sua ausência neste momento sempre com carinho, mas obedecendo o Princípio de Realidade.

É importante que, nesta fase, a criança se identifique como parte do grupo, por isso é necessário que ela própria esteja presente nestas imagens que registrem brincadeiras, passeios e datas comemorativas, como aniversários, Natais etc.

Esta atividade é realizada nas horas de lazer, como parte de uma brincadeira e, geralmente pela mãe, a figura mais próxima, a qual deve chamar à atenção para os personagens das fotos, podendo ser inclusive animais de estimação sempre relacionando-os com a criança; assim, a idéia de vínculo torna-se mais concreta para ela.

É interessante que se façam perguntas que identifiquem os personagens, lembrem momentos e fatos significativos: "Quem é este?", "Cadê o papai aqui?", "Você se lembra deste dia em que brincou com tantos amiguinhos?" etc. A criança se sente motivada e aceita a atividade como um jogo.

As fotografias são utilizadas também para mostrar à criança o seu desenvolvimento humano, como ela ERA e agora, como É, o quanto é querida e aceita na família através dos momentos de afeto registrados (colo, banho etc). Ela percebe que está crescendo e, inconscientemente, entra em contato com as necessidades de sua nova situação. A noção intuitiva de passado está tomando forma e preparando para se estruturar como conceito psicológico.

Por volta dos dez anos, a criança possui um entendimento maior do sentido de tempo: passado, presente e futuro, conceitos formalmente apresentados na escola e incorporados por ela através das experiências de sua tenra infância. É a hora de mostrar as fotografias dos personagens "ausentes", isto é, os antepassados: avós, bisavós e todos que fazem parte da "história" da criança através da consangüinidade.

A abordagem agora é diferente.

Inicialmente, a mãe pode chamar a criança para conhecer "pessoas interessantes", personagens de seu próprio passado, com trajes "engraçados", carros antigos e coisas que já não existem mais, dando o aspecto de fatos curiosos.

É interessante que a mãe conte à criança histórias dos personagens e episódios das fotos, dando "vida" aos antepassados, sempre traçando um 'link' entre eles e a criança.

Essa atividade é carregada de um conteúdo emocional muito rico, não somente para a criança como para a mãe e os demais que estejam engajados nela. Há aí uma relação de identidade entre a criança e os indivíduos registrados construída por ela própria através do instinto humano de criar vínculos, sem contudo desafiar o seu "ego" já estruturado.

Isso facilita o processo de aprendizagem, pois fortifica a auto estima e conscientiza a criança da existência de um mundo mais denso, maior e, por isso, mais interessante e cheio de oportunidades.

· Objetos Variados

A apresentação de "lembranças materiais" é um recurso a mais para a cristalização da personalidade e é um estímulo para as atividades na escola. Entre elas, podemos citar os brinquedos e qualquer objeto do cotidiano familiar no passado.

Comecemos com os pertences pessoais que fizeram parte da infância passada da criança.

Esta atividade deve ser realizada com indivíduos a partir dos dez anos de idade.

A mãe pode mostrar desde objetos próprios de bebês que, por ventura tenha guardado, como chocalhos, a primeira chupeta, até roupinhas e os brinquedos mais queridos da criança; sempre tentando relembrar os bons momentos e estimular a memória perguntando, por exemplo, se ela se lembra de tal objeto

Caso a criança não se lembre, é aconselhável que a mãe conte uma história divertida relacionando o objeto ao seu proprietário, aguçando a curiosidade e estimulando o interesse pelo próprio passado.

Esta brincadeira deve ser desenvolvida pela mãe com muito prazer, intercalada com momentos de carinho e harmonia. A criança se sente importante para a mãe, para a família e se fortifica como agente no mundo, já que toma consciência da sua existência através do concreto.

É portanto, geralmente, aos doze anos de idade e a partir daí que o indivíduo está preparado psicologicamente para processar o sentimento que as pessoas e os fatos do passado remoto lhe trazem, estando eles direta ou indiretamente relacionados a sua família.

É a hora de apresentar à criança objetos que fizeram parte do passado daqueles que ela conhece: mãe, pai, avós etc.

A mãe mostra os objetos e conta suas histórias; para que serviam, como eram usados e episódios curiosos entre eles e seus proprietários. É importante que a criança toque o objeto, experimente-o (escovas de cabelo, roupas etc); desta forma, através da percepção sensorial, o vínculo torna-se mais concreto.

Este é um exercício que dá o arremate final à construção da identidade individual. A criança se sente posicionada no mundo, com uma origem e tem a consciência de unidade grupal.

Nota-se então que a auto estima é fortificada concomitantemente ao processo terapêutico, o que é fundamental para o sucesso na aprendizagem humana.

A partir daí, a criança se interessa por diversos assuntos do cotidiano humano, pois consegue criar relações de memória e tempo com os fatos que vive, dando a eles significados próprios.

Posteriormente, é muito provável que a criança se interesse pela memória coletiva humana, pois aguça a sua curiosidade e, o sentido de continuidade aflora. Isto deve ser incentivado e dimensionado como uma grande diversão através da ida em museus, exposições e de fatos históricos que marcaram a História da Humanidade, apresentação de livros de arte etc.

Conclusão

Sendo assim, sou da opinião que os pais devam procurar relatar a história de seus filhos, mostrando para eles fotos, objetos e brinquedos que passaram por várias gerações, incentivando o interesse pelos antepassados.

De uma certa forma, as estórias e contos de fada cujo conteúdo psicológico auxilia no desenvolvimento da personalidade trazem uma contribuição semelhante às histórias de família.

Mesmo uma criança de cinco anos irá se satisfazer com tal atividade, pois estará tendo a oportunidade de criar um vínculo básico ("primitivo") com os membros do grupo a que chamo, neste caso, família. Desta forma, os pais não só estarão fortificando a sensação de continuidade, como desenvolvendo a auto estima da criança - o "tendão de Aquiles" na aprendizagem.

Muitas dessas práticas são observadas nos povos "primitivos" da África, Ásia e entre os índios, entre os esquimós e aborígenes. Este é, ao meu ver, o primeiro passo para o SER humano, TORNAR-SE humano.

O contato com o passado tem uma função bem parecida com os "ritos de passagem"; aqueles episódios de nossas vidas que nos preparam para o mundo adulto saudável alicerçado pela consciência de totalidade grupal e psíquica.

Baseando-me nos conceitos psicológicos de memória, tempo e espaço, acredito ser possível a construção de uma rede firme capaz de ser preenchida com os mecanismos apropriados para o sucesso e a concretização da aprendizagem.

(JUNG, C.) O Homem e Seus Símbolos. Rio de janeiro, 1989.

a) (PIAGET, J. ) A Noção de Tempo na Criança. Rio de Janeiro: Record, s/d.

b) (__________) Seis Estudos de Psicologia. Rio de Janeiro: Forense, 1978.

c) (VIGOTSKY, L.) A Formação Social da Mente. São Paulo: Martins Fontes